Desinformação, propagação de ódio e viés ideológico, leva dois grandes jornais europeus a saírem da plataforma X (La Vanguardia , The Guardian)
 |
| La Vanguardia e The Guardian abandonam X / Twitter e acusam rede social de Musk de propagar ódio e desinformação |
Saída de jornais europeus da rede social X
Nos últimos dias, dois grandes jornais europeus, o espanhol La Vanguardia e o britânico The Guardian, anunciaram publicamente a sua saída da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter e atualmente sob propriedade de Elon Musk. Os dois meios de comunicação apontaram a propagação de desinformação e discurso de ódio como os principais motivos para a decisão.
O La Vanguardia declarou que a plataforma se tornou uma “rede de desinformação” e que se converteu “numa caixa de ressonância de teorias da conspiração”, especialmente visível durante eventos como a campanha eleitoral nos Estados Unidos Para o jornal, a promoção de ideias que violam os direitos humanos, incluindo racismo, misoginia e ódio a minorias, torna o ambiente da rede social tóxico e pouco seguro.
A decisão de afastamento implica que La Vanguardia deixará de publicar notícias diretamente no X, embora permita que os seus jornalistas usem a plataforma com cautela. A estratégia reflete uma preocupação crescente com o impacto negativo da plataforma, que, segundo o jornal espanhol, privilegia conteúdos virais de caráter prejudicial para lucrar com publicidade.
O The Guardian, que tomou uma decisão similar na quarta-feira, justificou a sua saída descrevendo o X como uma “plataforma tóxica” que reflete o viés político de Elon Musk, beneficiando discursos extremistas e teorias conspiratórias. O jornal britânico considera que o ambiente na rede social degradou-se, atribuindo essa mudança à influência de Musk, que estaria a moldar o discurso político e a promover conteúdos perturbadores. O The Guardian explicou ainda que os leitores podem continuar a partilhar as suas notícias no X, mas que, cada vez mais, o jornal se focará em promover o seu conteúdo em plataformas alternativas, numa tentativa de evitar os algoritmos que impulsionam conteúdos sensacionalistas.
Ao The Guardian e ao La Vanguardia, têm se juntado outras várias entidades e pessoas, que têm migrado ora para a plataforma Threads, ora para a Bluesky que já ganhou mais de 1 milhão de seguidores desde as eleições nos EUA.