O Perigo dos Nominalismos Ideológicos
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| O nominalismo ideológico - Artigo elaborado pelo cronista Estudante Nacionalista |
O que deliberei chamar de nominalismo ideológico é uma estratégia discursiva cuidadosamente projetada para moldar a percepção pública através da manipulação da semântica das palavras. Consiste na criação e/ou redefinição de um termo de modo a associar inseparavelmente um valor ou ideia amplamente aceites a uma ideologia específica, tornando impossível, para a maioria das pessoas, separar um do outro.
Não é um acidente linguístico nem uma coincidência histórica; é uma operação consciente de apropriação semântica. Funciona de forma dupla: por um lado, captura-se um valor universal, como “Europa” ou “Mulher”, fazendo parecer que só pode existir através de uma determinada ideologia, como “Europeísmo” ou “Feminismo”; por outro, estigmatiza-se qualquer oposição a essa ideologia, apresentando-a como um ataque direto ao valor de base.
Assim, quem se declara anti-Europeísta é rotulado como inimigo da própria Europa, e quem se afirma anti-Feminista é imediatamente rotulado como contrário às Mulheres, ainda que as suas críticas sejam dirigidas apenas ao projeto político específico. Esta mecânica encaixa-se de forma precisa no conceito de ideologia desenvolvido por Karl Marx.
Para Marx, a ideologia não é apenas um conjunto de ideias
e/ou opiniões: é um sistema que oculta as contradições e desigualdades reais da
Sociedade, servindo para preservar os interesses da classe dominante (na
cosmovisão Marxista em específico, atualmente, a Burguesia). Ela faz com que
relações históricas e contingentes pareçam naturais, inevitáveis e universais.
Focar-me-ei nos interesses da classe dominante, no nosso caso, a Elite
Globalista.
O nominalismo ideológico serve, de forma direta (e
indireta, a posteriori), aos interesses da classe dominante. No
caso do Europeísmo, não se trata de promover a Europa, mas de sustentar um
projeto político específico que concentra poder nas instituições da União
Europeia e favorece determinados interesses económicos, políticos, sociais,
administrativos, estratégicos, et cetera.
Ao fundir "Europa" com
"Europeísmo", essa Elite transforma qualquer crítica ao modelo
vigente numa suposta hostilidade à própria Europa, ocultando a possibilidade de
alternativas e preservando o status quo.
O mecanismo traduz exatamente o que Marx via como a
função da ideologia: disfarçar o caráter construído das relações de poder, apresentando-as
como se fossem naturais e/ou inevitáveis. Assim, o Europeísmo deixa de ser
reconhecido como um projeto político concreto para nos sugar a Independência
e Soberania, e passa a ser confundido com a própria essência da Europa.
Sob essa óptica, qualquer crítica é automaticamente interpretada como radical
ou hostil, o que acaba por blindar a estrutura de poder e manter os benefícios
concentrados na Elite que a promove.
Em síntese, o nominalismo ideológico é mais do que um
simples truque retórico: é uma ferramenta sofisticada de poder que atua de
forma silenciosa, mas profunda, na formação da consciência coletiva. Ao
manipular o semântica das palavras, não apenas orienta a forma como as pessoas
falam sobre certos temas, mas também delimita o que é possível pensar, e,
subsequentemente, o que é possível fazer.
É um mecanismo que molda o campo do debate antes mesmo de este começar, garantindo que a ideologia dominante se mantenha protegida e qualquer contestação seja desarmada de antemão.
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