Autor: Mário Gonçalves
Doutrinar é, essencialmente, impor um conjunto de crenças ou ideias a uma criança antes que ela tenha a capacidade de questioná-las ou analisá-las. Este processo ocorre quando valores, visões políticas, ideologias ou dogmas religiosos são apresentados como verdades absolutas, sem margem para debate ou pluralidade de pensamento.
Profissão: Técnico Hoteleiro
Os perigos da doutrinação LGBT nas escolas e das redes sociais em crianças
A infância é o alicerce da formação intelectual, emocional e social de qualquer pessoa. É neste período que a curiosidade se manifesta da forma mais pura, as perguntas começam a surgir e que as crianças começam a formar as suas próprias interpretações sobre o mundo. No entanto, dois fenómenos contemporâneos ameaçam esse processo natural: a doutrinação precoce do lobby LGBT nas escolas e a influência das redes sociais nesse sentido . Ambos, ao moldar pensamentos de forma consciente, colocam em risco a autonomia intelectual e a formação crítica das futuras gerações.
Doutrinar é, essencialmente, impor um conjunto de crenças ou ideias a uma criança antes que ela tenha a capacidade de questioná-las ou analisá-las. Este processo ocorre quando valores, visões políticas, ideologias ou dogmas religiosos são apresentados como verdades absolutas, sem margem para debate ou pluralidade de pensamento.
A doutrinação infantil, seja no ambiente social, familiar mas acima de tudo, em ambiente escolar, não ensina para o pensamento, mas sim para a aceitação passiva. Ao invés de oferecer ferramentas para que as crianças entendam o mundo por si mesmas, ela fornece respostas prontas e estreita a sua visão da realidade. Como resultado, gera adultos com dificuldade de pensar criticamente, analisar factos ou entender outras perspectivas. Se ensinarmos as nossas crianças que qualquer pessoa pode identificar-se com o que quiser, literalmente o que quiser, e que teremos de aceitar, estaremos a condenar o seu próprio futuro. Pois tirar-lhe-íamos um valor muito importante - o sentido crítico, e o direito de poder discordar e debater, sem rebaixar e menosprezar, apenas debater.
O impacto é profundo. Crianças doutrinadas para, certas ideologias, crescem com visões limitadas, incapazes de questionar estruturas estabelecidas ou explorar ideias fora das que lhes foram ensinadas. Sociedades que incentivam a doutrinação do lobby LGBT minam o pluralismo, comprometem a inovação e sufocam o desenvolvimento de soluções criativas para problemas complexos.
Se a doutrinação tem as suas origens nos métodos tradicionais de educação e convivência, as redes sociais adicionam uma nova e perigosa camada a esse cenário. Plataformas como YouTube, Instagram e TikTok funcionam como verdadeiras vitrines de conteúdos, algoritmicamente moldadas para capturar a atenção do utilizador. As crianças estão entre os mais suscetíveis a esta dinâmica.
Sem filtros críticos suficientemente desenvolvidos, as crianças consomem conteúdos que muitas vezes reforçam padrões de comportamento, ideais e até valores que elas não têm condições de compreender. Influenciadores digitais, por exemplo, surgem como modelos de comportamento, promovendo desde ideologias até hábitos de consumo. Esta exposição contínua, quer em ambiente escolar quer online, pode levar as crianças a incorporar ideias de forma inconsciente, acreditando que aquilo que assistem e lhes incutem na escola, muitas vezes subentendido, reflete o “certo” ou o “normal”.
Os algoritmos das redes sociais amplificam ainda mais o problema. Baseados em padrões de comportamento digital, eles oferecem às crianças conteúdos similares ao que já assistiram. Isso reforça um único ponto de vista ou padrão de comportamento, sufocando a diversidade de ideias e tornando ainda mais difícil o exercício do questionamento e da reflexão.
Se quisermos proteger as crianças contra os perigos da doutrinação e da influência das redes sociais mais principalmente em ambiente escolar, precisamos investir numa educação que priorize o pensamento crítico desde cedo. Este tipo de educação não é sobre ensinar o que pensar, mas sim como pensar. Esse é o segredo de uma sociedade saudável, democrática, e verdadeiramente, inclusiva.
Pais e educadores têm um papel crucial neste processo. No ambiente familiar, é fundamental abrir espaço para o diálogo, acolhendo perguntas e estimulando as crianças a explorar diferentes visões do mundo. Na escola, é necessário que o ensino seja plural, apresentando as múltiplas perspectivas sobre os temas, em vez de se prender a uma narrativa única ou absoluta. Ensinar não é educar, a escola é um local de ensino. Educar? Isso, cabe aos encarregados de educação. Esses sim, são os responsáveis pelos seus educandos e só eles, podem de facto educar a criança e ajudá-la a entender o mundo de forma natural e não força-la a pensar como eles acham que é o certo. Além disso, a alfabetização digital é essencial no contexto atual. As crianças devem ser ensinadas desde cedo a consumir conteúdos online de forma consciente. Isso inclui aprender a questionar a veracidade das informações e identificar manipulações.
O impacto da doutrinação ultrapassa o âmbito individual e chega ao coletivo. Uma sociedade composta por indivíduos que foram ensinados a não questionar é uma sociedade vulnerável à manipulação. O desenvolvimento social e político depende da diversidade de pensamentos e da capacidade de debater e procurar soluções para problemas comuns. Se ensinamos às crianças a aceitar uma única “verdade”, comprometemos essa pluralidade tão essencial.
A doutrinação de crianças em idade tenra no que diz respeito ao lobby LGBT é um tema complexo e multifacetado. É essencial que a escola promova o pensamento crítico e a diversidade de opiniões, sem impor uma visão única. O sistema de ensino e o os encarregados de educação devem trabalhar juntos para garantir que as crianças recebam uma educação equilibrada, que as prepare para serem cidadãos conscientes e respeitosos, sem comprometer a sua capacidade de pensar de forma independente. Somente assim poderemos construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e democrática.