Recorde de viagens: Marcelo soma mais viagens presidenciais em 10 anos do que todos os presidentes em 40

Desde a Revolução de Abril, nenhum Presidente da República portuguesa tinha se destacado tanto pelo número de viagens presidenciais como Marcelo Rebelo de Sousa. Embora pareça um número irreal quando comparado aos outros chefes de Estado, o atual chefe de Estado soma já mais viagens do que todos os anteriores presidentes juntos.

Viagens presidenciais de todos os Presidentes da República desde a revolução de Abril 

Marcelo Rebelo de Sousa ficará na história não apenas pelo estilo "próximo" dos portugueses, mas também por um recorde que o distingue e distinguirá de todos os outros Presidentes da República desde o 25 de Abril: é, de longe, o chefe de Estado que mais deslocações oficiais realizou.

Com 165 viagens contabilizadas até ao momento, Marcelo ultrapassa não só os números individuais de cada antecessor, mas até o total somado de todos os presidentes que o precederam ao longo das quatro décadas de democracia que o antecederam.

Para se ter uma ideia, Ramalho Eanes realizou 28 viagens (1976-1986) , Mário Soares chegou às 48 (1986-1996), Jorge Sampaio fez 45 (1996-2006) e Cavaco Silva ficou pelas 26 (2006-2016), sendo o presidente da república que menos viagens realizou na história da democracia portuguesa.

Juntos, todos eles somaram 147 deslocações - um número já superado por Marcelo, ainda no último ano do seu segundo mandato. A diferença é mesmo tão expressiva que impressiona: fazendo o respectivo cálculo, verifica-se que o atual Presidente fez mais do triplo das viagens de qualquer um dos seus antecessores e multiplicou por seis as deslocações de Cavaco Silva, aquele que menos viajou durante os dez anos em Belém.

Pode-se colocar a questão legítima - Será que a guerra Rússia-Ucrânia influenciou o número de viagens oficiais que Marcelo Rebelo de Sousa teve que realizar?

A verdade é que embora a pergunta seja perfeitamente legítima, a guerra Rússia-Ucrânia não foi um fator determinante para o número de viagens realizadas pelo atual Presidente da República, isto porque, a meados de 2019, ainda no seu primeiro ano de mandato, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha ultrapassado em 5 anos, o número de viagens oficiais realizadas por todos os outros presidentes da República e até quando comparado com as viagens oficiais de Cavaco Silva, já tinha duplicado, como menciona o artigo da ionline.sapo.pt.


Valeram a pena as viagens de Marcelo Rebelo de Sousa?

Marcelo justifica as suas inúmeras viagens, com o facto de ser preciso levar o nome de Portugal para o estrangeiro, no entanto a questão que se coloca é se terá sido compensatório para Portugal financiar todas estas viagens? 

Num mundo cada vez mais marcado pela digitalização e pelo marketing digital, promover a imagem de um país já não depende apenas da diplomacia tradicional. Hoje, existem formas muito mais económicas e eficazes de colocar Portugal no mapa internacional.

Basta pensar em figuras globais como Cristiano Ronaldo, que sozinho projeta o nome de Portugal em todo o mundo, ou fenómenos digitais como IShowSpeed, cujo alcance nas redes sociais leva o país a milhões de jovens diariamente.

Face a esta realidade, é legítimo questionar: será que as 165 viagens presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa foram realmente a forma mais eficiente de divulgar o país?

Quanto custaram as viagens presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa?

Ainda não são conhecidos de forma pública e detalhada os custos totais das viagens presidenciais de Marcelo, mas sabe-se que envolveram um número recorde de deslocações.

A comparação com os anteriores Presidentes da República, que juntos realizaram menos viagens do que Marcelo sozinho, levanta portanto um debate inevitável:
  • Quanto mais caras terão sido estas viagens realizadas, quando comparadas com as viagens de Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio ou Cavaco Silva?
  • Qual é o impacto real para a economia e imagem externa de Portugal?
  • Será que a mesma verba aplicada em estratégias de marketing digital, turismo ou cultura teria um retorno substancialmente superior?



Politicamente Incensurável

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